Novas idéias para treinadores de futebol da velha escola

As práticas de futebol do ensino médio parecem as mesmas de 40 anos atrás. Alongamento, agilidade, estações, equipes especiais; seguido por sessões individuais, em grupo e em equipe. A prática sempre termina com o condicionamento para concluir um treino de duas horas e meia a três horas. Muitos assobios, gritos e xingamentos podem ser ouvidos durante a sessão. Encorajamento é entrelaçado com algum abuso verbal. Intervalos de água são apressados ​​e os jogadores devem se apressar de uma atividade para outra. Se alguém estragar toda a equipe é punido fisicamente. Este é o processo. O processo é inquestionável e remonta aos antepassados ​​do futebol americano (Vince Lombardi, Woody Hayes, Paul Brown, George Halas, etc.)

E se nós começarmos de novo? E se os treinadores de futebol entendessem que 80% dos nossos resultados vêm de 20% do nosso trabalho? (Princípio de Pareto). Ou melhor ainda, e se pudéssemos concordar que a maior parte do que fazemos como treinadores de futebol é totalmente besteira e contraproducente?

E se os treinadores de futebol pudessem deixar de lado seus enormes egos paramilitares movidos a testosterona e perceberem que o sucesso nas noites de sexta-feira pode ter muito pouco a ver com segunda, terça, quarta e quinta-feira?

Ganhar é geralmente o resultado de talento, sorte e atletas saudáveis. Ganhar pode ser o resultado de sua escola ter 50% mais alunos do que seus oponentes. Ganhar pode ser o resultado de sua equipe ter 60 jogadores e seus oponentes terem apenas 30. Ganhar pode ser o resultado da tradição vencedora em sua escola, em contraste com a tradição perdida em outra.

Leia o artigo original no Track Football Consortium.
Talvez ganhar tenha mais a ver com seus oponentes fazendo coisas mais burras na prática do que você.
O que exatamente estamos tentando realizar no processo de preparação de um time de futebol para vencer nas noites de sexta-feira?

Eu diria que “vencer” é um subproduto do alto desempenho. Eu diria que vencer é relativo. Ganhar simplesmente significa que sua equipe foi relativamente melhor que seu oponente. Eu assisti centenas de jogos de futebol do ensino médio em que ambas as equipes mereciam perder.

Jogar em alto nível e maximizar o desempenho nas noites de sexta-feira deve ser o objetivo. O desempenho maximizado resultará em temporadas relativamente bem-sucedidas.

Quais são as coisas mais importantes que podemos realizar na prática do futebol? Eu acredito que você pode reduzir tudo a quatro coisas simples.

Ganhando e mantendo a velocidade
Execução de fundamentos
Ausência de erros
Preparação geral para o adversário
O que me qualifica para ter opiniões sobre este assunto? Eu joguei o jogo e treinei o jogo. Eu treinei em três escolas secundárias diferentes em dois estados. Eu treinei ao lado de dois treinadores do Hall of Fame e treinei em dois jogos do campeonato estadual (Tennessee 5A, 2004 e Illinois 7A, 2016). Meu pai treinou futebol. Três dos irmãos da minha mãe jogaram futebol na faculdade e dois se tornaram treinadores de futebol de carreira. Eu não sei se isso me qualifica ou não, mas eu não sou um guerreiro de fim de semana vestindo sua camisa favorita da NFL.

Eu também sou um treinador de sprint. Deve haver um treinador de sprint em cada equipe de futebol. Em vez disso, as equipes de coaching são superpovoadas com meatheads da sala de musculação que nunca venceram uma corrida em sua vida. Eu tenho uma teoria de que 90% de todos os treinadores são lentos em conquistar caras brancos que quebraram o traseiro. Os resultados medíocres que esses caras obtiveram com seu trabalho duro alimentaram seu interesse em treinar.

Treinadores de futebol são os trabalhadores mais difíceis que eu conheço. Na minha opinião, os treinadores de futebol são zelotes. (Zelote: uma pessoa que é fanática e inflexível em busca de seus ideais religiosos, políticos ou outros.)

Você já percebeu como o futebol tem uma relação bizarra com a religião e a guerra? Prática de futebol da velha escola se assemelha a um renascimento religioso, acampamento e busca de visão; todos perseguidos com paixão fanática e intransigente.

Agora que terminamos as preliminares, vou dar minhas idéias radicais sobre como um treinador de futebol deve mudar seu programa para maximizar o desempenho nas noites de sexta-feira. Tornar a velocidade a única prioridade será uma mudança de paradigma para quase todos os programas de futebol do ensino médio nos Estados Unidos.

Primon Non Nocere
Primeiro nao faça nenhum mal. No Juramento de Hipócrates, os médicos se comprometem a não causar dano algum. No meu mundo, os treinadores de futebol devem fazer o mesmo juramento.

Práticas longas e duras combinadas com abuso verbal seguido de sessões de levantamento de peso causarão danos. Os jogadores serão significativamente mais lentos no dia seguinte. O subproduto de um treino pesado será uma ressaca de 48 horas. Isso é inaceitável se a velocidade for a prioridade. A velocidade é incompatível com práticas longas, trituradoras e esmagadoras da alma.

500 anos atrás, Paracelso disse: "Tudo é um veneno, nada é um veneno, tudo depende da dosagem". Treinadores de futebol estão 500 anos atrás dos tempos. Eles não conseguem reconhecer os efeitos venenosos de muito, muito e por muito tempo.

200 anos atrás, Hugo Schulz, ecoou as idéias de Paracelso: “Para cada substância, pequenas doses estimulam, doses moderadas inibem e grandes doses matam”.

Paracelsus e Schulz foram os fundadores da “hormesis”, um termo usado por toxicologistas para se referir a uma dose-resposta bifásica a um agente ambiental caracterizado por uma baixa dose de estimulação ou efeito benéfico e uma dose alta de efeito inibitório ou tóxico. Em outras palavras, duas aspirinas magicamente curam uma dor de cabeça. Cem aspirina resultará em morte.

Como treinador de sprint, tenho 100% de certeza de que a velocidade deve ser considerada um veneno, sujeita aos termos estabelecidos por Paracelsus e Schulz.

Eu preguei durante anos: “Corra o mais rápido possível, o mais rápido possível, enquanto estiver o mais fresco possível.